Se você chegou até aqui, certamente quer saber um pouco mais sobre o assunto!

Pois bem, seja você um profissional da área, um administrador ou apenas quer entender mais sobre o assunto, não importa!
Nós vamos falar de uma forma técnica porém simples de entender sobre questões como:

Por que você deve fazer uma contenção de forma adequada?
O que é uma contenção?
Como ela é feita?
Quais critérios para Escolha de Solução de Obras de Contenção de Encostas mais utilizadas?

Então sem perda de tempo, vamos lá!

Por que devo fazer uma contenção de encosta?

Independente do porte de um empreendimento, a segurança é algo que jamais pode ser negligenciado; pois isso implica em perdas importantes como de vidas e patrimônios. Por tanto, não vale apena correr riscos desnecessários por falta de uma contenção adequada.
Outro aspecto importante é o ordenamento dos fluxos de águas superficiais e subsuperficiais, provenientes dos períodos de maior incidência de chuvas. Essa insuficiência pode criar condições criticas de instabilidade, causando deslizamentos de terra, gerando um grande inconveniente as áreas comuns da sua casa, empresa, condomínio, clube, templos, ou ainda espaços públicos.

O que é uma contenção de encosta?

São obras executadas com diversas técnicas de engenharia e geotecnia para proteção e estabilização de taludes.
O talude é a inclinação de uma superfície alterada da encosta natural seja por corte, aterros e terraplanagens ou remanescente de um deslizamento com deslocamento de massa (acidente
Cada tipo de talude requer uma técnica de acordo com a topografia, região, clima e orçamento.

Como é feita uma contenção de encosta?

Um bom projeto é importante logo, antes de tudo é indispensável a visita da uma equipe técnica de inspeção para identificação das características particulares do local da sua obra. Sondagens e um levantamento topográfico da área deverão preliminarmente ser executados, posteriormente um relatório geológico geotécnico feito por um geólogo deverá ser produzido. Neste trabalho serão considerados os alguns aspectos, como por exemplo: a litologia (estudo especializado em rochas e suas camadas), a morfologia (descrição da: aparência do solo em seu ambiente natural, estrutura, formação e classificação), a análise das bacias hidrográficas para dimensionamento das canaletas de drenagem e indicação das medidas de engenharia. Concluído estes trabalhos um engenheiro calculista e geotécnico analisará essas informações e escolherá a melhor solução dentro da técnica, com o menor custo possível e respeitando o relevo e a estética do local. Ele dimensionará as estruturas detalhando por exemplo: a geometria, a armação (bitola, quantidade de aço), a seção das canaletas de drenagem, as ancoragens (se necessário) e etc.

Quais Critérios Para a Escolha de Solução de Obras de Contenção de Encostas mais utilizadas?

Existem muitas opções de solução e a decisão sobre a escolha, deverá considerar os seguintes aspectos:

• Aspecto econômico
• Prazo de execução
• Segurança
• Interferências
• Aspectos construtivos

A seguir apresentamos algumas características das diversas soluções que podem condicionar a escolha:

1 – Retaludamento.

Dependerá da disponibilidade de área livre para implantação do corte. Deve ser avaliar o impacto provocado por uma possível remoção da vegetação.

2 – Proteção com concreto Projetado.

Opção de proteção superficial utilizada quando a minimização da infiltração de água no terreno é importante para se garantir a estabilidade do talude.

3 – Drenagem Superficial e Profunda.

Emprega-se a drenagem superficial para minimizar a penetração das águas pluviais no terreno. Adota-se a drenagem profunda para alterar a direção do fluxo subterrâneo e reduzir as poro pressões atuantes no solo. A drenagem superficial a princípio deve fazer parte na previsão de todas as obras, devendo ser feita com canaletas em concreto armado, chumbadas ou estaqueadas. Em algumas situações a drenagem profunda é praticamente a única viável, como por exemplo, na estabilização de línguas de solos coluvionares de grande comprimento. No caso de aterros, a estrutura de contenção deve dispor de dispositivos de drenagem superficial e profunda e o solo adequadamente compactado. Em solos com elevada percentagem de finos, isso é particularmente importante para evitar erosões internas e recalques.

4 – Cortinas Ancoradas.

Solução tradicional muito empregada por ser aplicável em cortes (método construtivo descendente) e aterros (método construtivo ascendente). O sistema de contenção com ancoragens pré-tensionadas é suficiente rígido para limitar os deslocamentos em construções e fundações muito próximas.

5 – Grelhas, Placas de Concreto e Telas Metálicas Ancoradas.

São uma alternativa a cortina ancorada. Adaptam-se melhor a superfícies do terreno irregular (por exemplo, taludes rochosos) ou inclinada, facilitando a execução. Grelhas ancoradas são também indicadas para reforço de estruturas de contenção existentes.

6 – Solo Grampeado.

Nesta solução a face do talude não tem função principal na estabilização, podendo ser revestido com concreto projetado sobre tela de aço ou verde com utilização de tela de alta resistência e geomanta, tornando-se mais leve, podendo ser dispensada em algumas situações. Facilmente aplicada em taludes inclinados, sem necessidade de cortes adicionais para verticalização da parede. Os grampos são elementos menos complexos, de comprimento menor e de execução mais simples, do que as estruturas atirantadas. A aplicação limita-se a encostas naturais e escavações. Comparada a outras técnicas de contenção, geralmente apresenta o menor custo. Necessita a previsão de espaço para instalação das perfuratrizes.

7 – Muros de Flexão em Concreto Armado ou de Peso em Concreto Ciclópico e de Alvenaria de Pedras.

Necessitam de uma escavação maior para assentar a base, pois tem pouca tolerância a recalques e podem apresentar rachaduras no caso de terrenos compressíveis, exigindo fundações adequadas. Geralmente estas estruturas são construídas com alturas inferiores a 3m. Nos muros de concreto armado, os momentos atuantes crescem com o cubo da altura. Para grandes alturas, surgiriam elevadas tensões de tração nas armaduras, e de compressão na seção de concreto aumentando de forma significativa o custo. Os muros de peso não são a solução preferida em locais com restrição de espaço por apresentar larguras de base relativamente grandes (>= 50% da altura), à exceção dos muros de concreto armado chumbados ou ancorados na base.

8 – Remoção de Blocos de Rocha.

Deve-se analisar previamente a estabilidade do talude remanescente desta remoção. A possível instabilidade de outros blocos ou de massa de solo que podem estar sendo totalmente ou parcialmente suportados pelo material que se pretende remover, exigiria a execução de estruturas de contenção do talude remanescente. Nesse caso, pode ser mais viável a manutenção destes blocos e sua contenção através de chumbadores, ancoragens, contrafortes e/ou tela de alta resistência.

9 – Barreiras de Impacto e falso túnel.

Solução adotada quando se torna economicamente inviável a estabilização da massa potencialmente instável no seu próprio local, devido à grande extensão envolvida. Deve-se prever um espaço suficiente para a disposição do material deslizado. Outro motivo para utilizar as barreiras de impacto pode ser a dificuldade de acesso para execução de uma obra convencional de contenção.

10 – Entelamento para orientar a queda de blocos.

Empregado em taludes rochosos fraturados nos quais o mecanismo de instabilidade é a queda de blocos de pequenas dimensões. Quando a estabilização/remoção dos pequenos blocos é economicamente inviável, esse tipo de entelamento visa orientar a queda dos mesmos. Se houver espaço livre para disposição dos blocos na base sem colocar a área em risco, a possibilidade de se conviver com o serviço de remoção dos blocos caídos deve ser avaliada.

Bibliografia: Manual Técnico de Encostas Volume 1 – Prefeitura do Rio de Janeiro – Geo Rio.

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